sábado, 21 de agosto de 2010

Não saberia dizer.

Não saberia o que dizer. Eu me esqueceria das palavras, das coisas, inclusive dessa necessidade involuntária que sinto de respirar toda vez que acordo. Por quê é que eu não paro de respirar quando o lençóis me pegam emprestado de ti, quando perco o controle sobre mim? Pra quê respirar? Ou melhor, por que é que eu não tenho a opção de escolher quando, como e com que intensidade respirar? É tentando esclarecer um monte de dúvidas como essa que perco o controle sobre mim, acordado, por opção, quando já é hora de dormir. Sabes como é dormir acordado? Ver-se fazendo as coisas que tu normalmente fazes, só que sem ter esse controle, o livre arbítrio. O agente da tua vida se torna o externo, tudo e todos que te cercam. E tudo que você faz é responder a estímulos. "Onde foi parar minha alma?" - tu te perguntas. Aí tu tentas extrair tua alma do teu corpo e ocupar o nada, por alguns minutos, e consegues.
Feito isso, agora peço: observa-te de longe, do alto, do céu, do espaço, como se o Google Earth tivesse sido feito pra ti. O quê tu verias? Tenta denovo. Fecha os olhos. (eles de nada servem aqui, nem agora).

O QUÊ TU VERIAS?

(eu me veria deitado, em um hotel qualquer de uma cidade qualquer, reescrevendo tudo, desde o começo, sem mudar uma única vírgula).

"Não saberia dizer. Não saberia o que dizer. Eu me esqueceria das palavras, das coisas, inclusive dessa necessidade involuntária que sinto de respirar toda vez que acordo".

Ando pensando assim, em círculos, com respostas dentro de perguntas. Mas nenhuma pergunta é grande o suficiente para comportar a resposta que eu procuro.

Lucas Silveira.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sobre Amores e Libélulas.

Um dia desses estava escorado na janela de um hotel qualquer quando uma libélula pousou a poucos centímetros do meu braço. Na hora, eu não sabia ao certo se aquilo era uma libélula, ou uma cigarra, ou um inseto gigante qualquer. Nunca soube, e os poucos segundos que perdi tentando classificar o bicho foram suficientes para que ele sumisse. Bateu asas e escafedeu-se entre as árvores.

Eu tenho uma ligação especial com libélulas. Foi correndo atrás de uma que eu me estabaquei no chão, fraturando uma costela, perfurando o baço e sofrendo uma hemorragia interna que por pouco não me matou. Tinha cinco anos e, desde então, convivo com uma cicatriz que me atravessa o abdome, lado a lado. Tudo que eu queria era vê-la de perto, justamente para me certificar se o bicho em questão era cigarra, libélula ou “seja-lá-o-que-fosse”.

Se a necessidade de classificar uma libélula me rendeu duas semanas de internação, imagino o que me aconteceria se eu ficasse tentando classificar meus sentimentos. Inclusive, me cansa ver por todo lado gente tentando diferenciar um sentimento do outro. Se é amor, amizade, namoro, rolo, beijo, ficada, passatempo… Não tenho a mínima idéia, e nem quero ter! São inúmeras as espécies de relacionamento e a tentativa de classificar a todo minuto algo que, ás vezes, é simplesmente inclassificável pode resultar em muito mais do que um baço perfurado.

Ás vezes, perdemos a noção de que cada minuto da nossa vida pode ser o derradeiro, de que cada ligação telefônica pode ser a última, bem como aquela pessoa, de quem você ainda não sabe se gosta, pode ser o seu último romance.

Lulu Santos pediu, a gente obedece:

“Hoje o tempo voa, amor
E escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte, amor

Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir!”


O amor é uma libélula que pousa na nossa janela pouquíssimas vezes. Corra atrás da sua libélula, sem medo de se machucar. Viva o seu romance. Viva o seu último romance.



Beeshop - Lucas Silveira

Complexo, porém simples.

"- Hoje o dia está lindo, não?
- Não.
- Pois para mim, está. Não consegue enxergar quantas coisas lindas estão a sua volta?
- Não.
- Você está triste?
- Você se importa?
- Na verdade, sim.
- Por quê?
- Já ouviu aquela frase: "Um dia sem sorrisos, é um dia perdido"?
- Não. E não acredito muito que seja. Você já riu quando queria chorar?
- Sim.
- E acha isso correto?
- Quando estou triste, geralmente deixo as pessoas que convivem comigo tristes também. E se isso acontece, o aborrecimento prolonga. Ou seja, prefiro fingir que estou sorrindo e sofrer em silêncio. Só para mim, pois mais cedo ou mais tarde tudo se explicará.
- Nunca tinha olhado por este ângulo...
- Imaginei. Vocês sempre têm o mesmo ponto de vista.
- Vocês?
- Sim, vocês, pessoas normais.
- E você é o quê? Alguma espécie de extraterrestre?
- Não. O que sou ninguém pode enxergar. Está dentro de mim. Mas não pense que sou mais do que você. Sou igual, mas sou diferente. Você não me compreenderá, e já estou indo embora.
- Fique mais um pouco. Você me deixou confusa.
- Quando você aprender a olhar pelo lado bom, me avise. Nos encontramos por aí..."

Não é de autoria minha. :)

Sou forte, muito mais que o Hulk.

Se tu que moras embaixo de toda a terra achas que vai conseguir me derrotar está muito enganado. Pois Deus derramou sobre mim uma proteção magnífica e graças a ela sou forte, não bem graças a ela, mas graças a Ele, graças a Ele sou forte, irreversível e a felicidade que trago hoje ninguém vai tirar de mim. Sou mais forte do que tu pensas. Deve achar que sou fraquinha, pois assim demonstro ser, mas quando tentas me derrotar, quando tenta ver o meu fracasso quem fracassa é você. Sou muito além do que você imagina. Sou mais forte que qualquer pessoa com muitos músculos, afinal, ter músculos não significa ter força, muitas vezes, mas que adianta ter força fisicamente se não tens psicologicamente. Sou preparada. Sou protegida. Tenho Deus ao meu lado.

Tudo tão confuso, tão estranho...

Hoje já não tenho tanta certeza do que sinto, do que vejo, e muito menos do que escuto. É tudo muito estranho, muito confuso, muito absurdo. Mesmo conhecendo todas essas pessoas, ambientes, barulhos, ou achando que conheço, sinto-me num lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas e barulhos mais desconhecidos ainda, não me sinto bem. O mundo é mesmo muito estranho. Pessoas não sabem o que falam, ou falam sem certeza alguma. Um mundo onde muitos se enganam facilmente. É tão, tudo tão estranho, eu, você, nós, eles, o Brasil, a América do Sul, o Mundo, o Universo... tudo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010 - na hora de alguma aula pela manhã.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Frágil

"...você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar."
Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tudo tão estranho hoje em dia.

É tão estranho você olhar ao seu redor, ver tantas pessoas conhecidas e mesmo assim sentir-se só. Sinto falta de velhos amigos, de pessoas que um dia pensei ter, mas que nunca teve, de lugares já frequentados, de músicas já ouvidas, de épocas passadas, de velhos tempos, de todas essas coisas. Sinto falta de pessoas que eu tinha aqui perto e hoje não tenho mais, de objetos, comidas, bebidas, revistas, jornais, programas de tv. Hoje se somar tudo o que já vive, subtraindo tudo o que eu já perdi, vai resultar numa enorme saudade. A vida é mesmo um problema de matemática que temos que resolver e que às vezes não encontramos soluções exatas. Não gosto de sentir saudade, de olhar pro lado e perguntar onde estão todas aquelas pessoas, coisas... E sim, onde estão? Ando triste, impaciente, pensativa. É, não há nada mais proveitoso que tirar um tempinho para pensar em suas atitudes, em pensar no que ainda pode ser mudado, e quais as consequências que tudo isso vai ter. A vida é bem complicada, e nós, complicamos ainda mais.